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Filme com Grazi coloca maternidade em xeque
O longa acompanha Eva (Grazi), uma mulher vivendo a maternidade de maneira dramática e real. Casada com Vicente (Giannecchini), ela cuida das filhas gêmeas dele, Angela e Sarah, como se fossem suas. Aos olhos da sociedade, o casal vive a perfeição: dentro dos padrões de beleza, classe média alta, morando em um condomínio de luxo. No entanto, o nascimento do bebê Lucas muda a dinâmica da casa e mistérios começam a surgir, como hematomas nas crianças e apagões de Eva. Contar mais que isso pode entregar spoilers.
O calvário enfrentado por Eva ao se tornar mãe biológica de uma criança se une à superexposição de redes sociais e problemas matrimoniais, criando uma atmosfera claustrofóbica para a personagem. Desta maneira, mesmo se tratando de uma ficção, as problemáticas são reais —e assustadoras. A protagonista divide o eterno medo de que algo aconteça com seus filhos com o desejo de trabalhar e ter sua independência financeira.
As atuações em “Uma Família Feliz” são os condutores da tensão. O não mostrado e a dúvida sobre as suas intenções aumentam o suspense e a curiosidade. A todo o momento, parece que o quebra-cabeça será montado, mas algo acontece e joga as peças no chão. A química da dupla Grazi e Giannecchini transborda da tela, mas ela ainda melhora com as atrizes-mirins Luiza Antunes e Juliana Bim.
O filme prende ao criar problemas e questionamentos que demoram a serem resolvidos, e fica difícil prestar atenção em qualquer outra coisa durante a duração de 115 minutos e uma cena pós-créditos. O resultado é uma produção de qualidade, que não fica para trás dos thrillers americanos.
Até o desenrolar final da trama não há respiro: a tensão fica cada vez mais alta e o ritmo, mais frenético. O roteiro entrega o máximo de confusão e dúvidas possíveis, da mesma maneira que “Uma Família Feliz” retrata a maternidade.